segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Cinzas e Cigarros.

Acordei para o dia que começou tarde
Abafado pela espessa camada de nuvens cinzentas
Que agem sobre meu corpo como se pesassem sobre minha cabeça
Posso sentir a gravidade lutando contra mim hoje.
Talvez pela longa noite com direito a nostalgia.
Desregulado...
A chuva não dá trégua assim como a música, ecoando pelos cômodos do apartamento vazio.
Do alto observo o movimento de carros, as buzinas, os turistas.
Pela manhã antes de dormir, observava o pequeno número de carros que quebrava o silêncio
E as pessoas se arrastando ao trabalho com seus óculos escuros e cabelos desarrumados.
Me perdi em um universo a qual não pertencia.
Revirei páginas incessavelmente até chegarem ao fim.
E quando chegaram ao fim, um estranho sentimento fez-se presente.
Desorientado...
O dia todo vivi uma história alheia, ficticia.
Esqueci-me até de me alimentar.
E quando voltei a realidade, já estava a escurecer
E a luz acinzentada tomava conta do recinto.
Olhei ao redor e tudo que vi foi um cinzeiro totalmente lotado.
Perguntei-me se assim como o cigarro, quimamos incessantemente deixando apenas rastros do noso passado, cinzas que podem voar tão facilmente com um leve sopro, ou encardir para sempre se recalcadas.
Então veio a luta constante contra o ciclo natural, a essência.
Há coisas que não quero que vire cinzas.
Há outras que subconcientemente sei que um dia virarão.
Assim como há coisas que mal posso esperar para virarem apenas cinzas.
Um dia inútil. Um dia fútil.
Uma história roubada. Emprestada.
Queria poder saber me expressar melhor nesse momento.
Dizer o que há de errado.
Ao invéz de esperar virar cinzas para saber aonde deveria ter molhado o cigarro e impedido que tudo acontecesse.
Hoje, deixei a gravidade me vencer pela exaustão de ignorar fatos.
Amanhã, espero não me arrepender pela falta de argumentos de hoje.

2 comentários:

ayaça disse...

VAI TE FODERRRRRRR
SERIO FIQUEI TOTAL SEM PALAVRAS PRA ESSE POST
TEODEIOCHARLES

camille bolson disse...

MEU DEUS, desculpa fui obrigada a comentar. Esse post me deixou anestesiada, arrepiada e nossa faço das não-palavras da ayaça as minhas. John, ficou lindo.